Alexandre Schwarzbold

Hepatites virais e atenção ao diagnóstico

A hepatite viral é uma inflamação do fígado que pode ser causada por diferentes vírus, mas mais comumente por um grupo de vírus. Existem 5 cepas comuns de vírus hepatite viral e que são identificados por letra: vírus A, B, C, D e E, cada uma das quais difere em termos de transmissão e gravidade da doença.

 
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, entre os anos de 2000 e 2021, mais de 700 mil casos de hepatite viral foram diagnosticados no Brasil.

Mas não acredito que o problema esteja piorando, ao contrário, estamos melhor diagnosticando e tratando, mas é preciso informar e diagnosticar, porque muitas pessoas, em especial a população de meia-idade e idosos, não sabem de sua condição.

Julho Amarelo

Todos os anos, em 28 de julho, a Organização Mundial da Saúde marca o Dia Mundial da Hepatite para aumentar a conscientização sobre a hepatite viral. E no Brasil, todo o mês de julho é dedicado à conscientização das hepatites virais. Essa campanha, denominada Julho Amarelo, foi instituída no Brasil em 2019. Ela busca reforçar a vigilância, a prevenção e o controle dessas infecções, pois hoje o maior desafio é diagnosticar a doença para poder oferecer tratamento oportuno.

Espera-se que os médicos, independentemente da especialização, solicitem a todos os pacientes, adolescentes e adultos, o diagnóstico rápido de hepatite B e C, pelo menos uma vez na vida.

As ações propostas para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública concentram-se na resposta às hepatites B e C, que representam, entre as hepatites virais, as duas principais causas de adoecimento e morte. Sem tratamento, as hepatites B e C podem levar a cirrose, insuficiência hepática e câncer hepático, sendo responsáveis por 96% de todos os óbitos por hepatites virais.


Hepatite B

No caso da hepatite B, ela como a hepatite C, é crônica e permanece silenciosa por anos, e sem realizar a testagem, um indivíduo não fica sabendo que é portador. Pode ficar sabendo apenas quando tiver sintomas de cirrose ou câncer no fígado.


A hepatite B, também como a hepatite C, tem tratamento com medicamento. Entretanto, diferente da hepatite C, que o tratamento dura cerca de 3 meses, na hepatite B o medicamento precisa ser utilizado por toda a vida, sob risco de a doença voltar se interrompido.


Perspectiva  

A perspectiva é que tenhamos um medicamento que busque a cura funcional da hepatite B, e nesse momento a ciência testa algo nesse sentido.


O Centro de Pesquisa Clínica da UFSM está recrutando pessoas que estão em uso de medicação para hepatite B, ou que recém fizeram o diagnóstico e devem iniciar tratamento, para testar uma dessas medicações, e o objetivo em médio prazo é que possam ficar livre da medicação e serem curados.


Os interessados podem procurar o centro pelo telefone (55) 99218-9209.


Dieta contra o envelhecimento  

Muitos avanços estão ocorrendo na desaceleração do envelhecimento, com novos indicadores de processos que aceleram ou retardam a deterioração associada à idade, bem como as patologias relacionadas à idade.


Os pesquisadores identificaram nove indicadores de envelhecimento-assinaturas moleculares que marcam o andamento do processo e sobre as quais foi possível atuar para prolongar a vida.

 
Embora esses pesquisadores tenham identificado dezenas de intervenções que sugerem ser possível prolongar a vida, atuar na dieta é uma das formas mais acessíveis de intervir no envelhecimento.

Dieta e doença

Certos tipos de dieta em estudos de coorte populacional estão associados a uma menor incidência e prevalência de certas doenças, a dieta mediterrânea, por exemplo, demonstrou em diferentes estudos estar associada a um menor risco cardiovascular (AVC, doença isquêmica do coração, dislipidemia) e um menor risco de comprometimento cognitivo.


Comer nozes (por exemplo, amêndoas, nozes) está associado a menor aumento de colesterol no sangue. Uma dieta rica em fibras também está associada a menos doença do intestino, como câncer de cólon. Além disso, uma dieta pobre em carnes gordurosas e rica em frutas e vegetais está associada a menos doenças da próstata, mama e cólon. Uma dieta com ingestão adequada de proteínas está ligada a uma melhor massa muscular em todas as idades, e uma dieta rica em produtos de cálcio, como nozes e laticínios, está ligada a uma melhor massa óssea e menos osteoporose e suas consequências.

E o vinho?

O vinho em pequenas quantidades, uma taça no almoço ou jantar, pode ser benéfico pelo seu poder antioxidante, mas acima dessas quantidades, o poder negativo do álcool predomina sobre seus benefícios.

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